"Acho o Galvão um gênio", afirma Tiago Leifert em entrevista ao iG/Babado

Marília Neves, iG São Paulo

Neste sábado (10), Aguinaldo Silva twittou: “Gente, onde arranjaram esse rapazinho louro e descontraído que comanda aquele debate na Globo depois dos jogos da Copa? Eu, hem... Aliás, não é só o rapazinho, tudo nessa Copa é sem graça”.

Mas parece que a opinião negativa sobre Tiago Leifert é quase exclusiva do escritor, já que o apresentador conquistou boa parte do público nacional no comando do “Central da Copa”.

Ele chegou de mansinho. Inicialmente só o público de São Paulo percebeu seu trabalho à frente do “Globo Esporte”. Mas antes de virar apresentador do programa, formou-se em jornalismo nos Estados Unidos, foi repórter do “Esporte Espetacular”, editor de um programa de entretenimento na TV Vanguarda e encarou muito preconceito. E não foi por parte dos telespectadores. A briga era interna mesmo. Filho de Gilberto Leifert, diretor comercial da Rede Globo, Tiago era apontado por alguns “colegas” de trabalho como “costas quentes”. “Encarei com simplicidade e tentei derrubar as barreiras aos pouquinhos, com muito trabalho”, afirmou Tiago com exclusividade ao iG/Babado.

Divulgação

Tiago Leifert recebe o comentarista Caio Ribeiro no "Globo Esporte"

Depois de inovar e dar uma nova cara ao “Globo Esporte”, trazendo mais dinamismo à atração e dispensando o telepronter (computador que mostra o que o apresentador deve ler), Tiago foi conquistando o público aos poucos. E os colegas de emissora também. Com a apresentação impecável do “Central da Copa”, atração especial para o pós-jogo da Copa do Mundo, ele finalmente conquistou seu lugar ao sol em rede nacional. E, ao final do mundial, conquistou também uma brechinha na agenda para responder a algumas perguntas.

Você derrubou preconceitos e mostrou que está onde está não por “QI”, mas por seu talento. Você acha que ainda precisa provar para alguém que seu trabalho está acima de qualquer indicação? Não, até porque eu nunca fui indicado para nenhuma vaga na minha vida. E quem acredita que eu fui, não vai dar o braço a torcer. Não esquento com isso.

Zé Paulo Cardeal/TV Globo

Tiago Leifert grava especial para comemoração dos 45 anos de Globo

Como foi essa fase de preconceito dentro da empresa? Porque uma coisa é a rejeição do público, outra é a dos colegas de trabalho, certo?
Foi difícil e injusto, mas natural. Encarei com simplicidade e tentei derrubar as barreiras aos pouquinhos, com muito trabalho e  nunca entrando na pilha.

Depois da aceitação do público, você ainda sente rejeição por algumas pessoas da empresa?
Não.

Você participou da campanha “Cala boca, Galvão” no twitter. O que acha do comentarista?
Acho ele gênio. É o melhor de todos, talvez o melhor de todos os tempos.

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O apresentador entrevista Marcello Antony em autódromo

Ainda hoje você tem os telespectadores que “te amam” e os que “te odeiam”. Quais as características que você acha que fazem eles te amarem? E te odiarem?
Só posso te responder se eu e você tivermos acesso a uma pesquisa de aprovação. Não dá para basear sua pergunta ou minha resposta em observação pessoal.

Por que acha que atingiu esse sucesso?
Na TV ninguém faz nada sozinho. A gente só conseguiu sucesso porque a equipe é ótima e não tem medo de errar. Fora isso, a empresa nos deu muita força e liberdade.

Por que rejeita tanto o TP?
Eu não rejeito, eu só não uso. Ele é muito útil em inúmeras situações. Eu acho mais divertido não usar.

Mila Maluhy/Tv Globo

Tiago Leifert é convidado de Serginho Groisman no programa "Altas Horas"

Que ingredientes acha que faltam nos programas esportivos hoje em dia?
Não seria ético da minha parte responder a essa pergunta. Só posso dizer que há espaço para todo mundo.

Quem são seus ídolos nesse meio?
Silvio Santos, Roberto Marinho, Ted Turner, Walt Disney...

O que achou da atuação da seleção brasileira nesta Copa do Mundo? Previsível. O que todo mundo previa realmente aconteceu. Uma pena, mas uma baita lição: não podemos contrariar nosso estilo.

E da demissão de Dunga?
Natural. É a vida do treinador: todos caem depois de uma derrota importante.

Quem foi o destaque da seleção?
Lúcio, sem dúvida.

E quem foi a vergonha brasileira? Ninguém fez corpo mole.

Muitas mulheres passaram a assistir programa de esporte por sua presença. Você acha que é por seu modo mais prático e brincalhão para falar sobre o assunto ou ganhou fama de galã?
Hahaha! Imagina. Eu acho que é porque nossa linguagem, nossa edição, tudo isso é feito pensando no público que normalmente não consome esporte. Nosso trabalho é tentar conversar com essas pessoas.

Você se acha galã?
De jeito nenhum!

O assédio da mulherada aumentou?
Aumentou muito, sim. É o poder embelezador da TV.

Wallace Barbosa/AgNews

Longe dos estúdios, Tiago Leifert joga vôlei com o amigo Caio Ribeiro

Sua namorada (Amanda Foschini) não tem ciúmes? Ela não tem ciúme, não. Ela é tranquila.

Estão de casamento marcado?
A gente não marcou data ainda; temos planos para o ano que vem. Vida de jornalista muda rápido, então estamos vendo tudo ainda.

Ficou mesmo chateado com a queda do Paraguai por conta da Larissa Riquelme?
Ela é uma mulher generosa. Posou nua mesmo assim!